rafael
sanches
filadelfio
1992
são
paulo
A improvisação não-idiomática como meio de expressão subjetiva é o carro-chefe da prática de Rafael Sanches. Sua obra conjuga a palavra, em seu estado não-representacional, com intervenções compositivas conscientes do punho do artista, numa ação que se edifica sobre o princípio da caligrafia como imagem. As relações semânticas presentes nos padrões visuais de Sanches são diversas: o artista constrói padronagens que à primeira vista podem conduzir à ideia de abstração, mas que ne realidade carregam suas convicções pessoais acerca dos espaços e suportes onde se assentam. Seja na forma de mural, tela, tridimensional ou utilitário, o artista almeja pela materialização do discurso: um estado do trabalho que não se encerra na retórica e se edifica, nas vias de fato, no universo palpável do benefício comum.
A pesquisa de Rafael Sanches se dá no campo da arquitetura da linguagem. Seu processo, que alude à ideia de automatismo surrealista - o desenho e a escrita automáticas como veículo de expressão das pulsões inconscientes -, se consagra tanto no campo da visualidade pura quando no do utilitário e das artes aplicadas. A busca pelo uníssono entre essência e substância norteia a construção de suas estruturas, onde a recorrência de gestos próprios da escrita parece operar como uma constante afirmação do sistema de concepções particular do artista.
Questionamentos sobre o uso dos espaços, sobre a elaboração formal dos objetos e a natureza prática das edificações emergem no corpo de sua obra, permeados sempre por aspectos visuais característicos do artista. Seus contrastes entre neons saturados e registros gráficos de paleta rebaixada parecem buscar revelar a verdade do valor tonal via choque, como se o artista propusesse o exercício da comparação e contraste como meio de entendimento mais completo da realidade compartilhada do contemporâneo.
A pesquisa morfológica de Rafael Sanches se estende para além do estudo das estruturas e formação das palavras e abrange a constituição de sistemas sociais, estéticos, arquitetônicos e conceituais. Caligrafia e escrita, reafirmadas à exaustão em sua obra, sinalizam sua crença na potência do diálogo – que não mais se dá apenas no escopo das intenções, mas sim num novo território possível, onde as elaborações poéticas da linguagem se tornam, finalmente, parte do mundo real: concretas e tangíveis através de sua prática e reflexão artística.
Mariana Coggiola
about
Foi no bairro Demarchi, em São Bernardo do Campo, onde Sanches cresceu. Seu primeiro desenho em tela é de 1998, aos 14 anos o artista se apaixona pela pichação e consequentemente pela tipografia. Dos 17 aos 21, dividiu seu tempo entre letras tipográficas, faculdade de arquitetura e trabalho para de 2014 em diante se dedicar 100% a sua pesquisa artística.
De lá pra cá, sanches tem apresentado seu trabalho em exposições por São Paulo e Miami, produzindo murais em diversos países como Estados Unidos, Holanda e Irlanda, colaborado com marcas como BMW, Nike, Google e Johnnie Walker, até sua recente exposição solo em 2020: "Composições".
press
cv
2020
-
"Composições"- GardenArt Gallery, São Paulo - BRA
-
"a mão reflexiva"- nós galeria, São Paulo - BRA
2019
-
"SoftOpening"- GardenArt Gallery, São Paulo - BRA
-
"Rapsódia" - Branco Espaço, São Paulo - BRA
-
"Do Invisível ao Visível" - Galeria -1, São Paulo - BRA
-
"Dimensão 04" - Usina, São Paulo - BRA
2018
2017
2016
-
"Group Exhibition" - Oscar 43 Gallery, São Paulo - BRA
articles
-
15.07.2020_Criatividade não é exclusividade de artista
-
30.07.2020_Toda criança nasce artista
-
15.08.2020 O "artista do futuro" e sua relação com o mundo
-
30.08.2020 Primeiro eles riem, depois te copiam
-
15.09.2020 Procrastinar é preciso
-
30.09.2020 Espécie unica de seres imaginativos
-
15.10.2020 Escolas estão matando o pensamento criativo
